domingo, 29 de julho de 2012

desculpa a falta de inspiração, PS.:morte

Ela saberia que não seria fácil. Na verdade nada em sua vida foi. Não porque as situações eram "pesadas", mas por que ela vivia num constante conflito interno. Ela funcionava como uma lupa, ou melhor como uma daquelas caixinhas de plástico que tinham uma pequena foto que a gente só conseguia enxergar aproximando o olho e apontando-a pra luz, ou ainda como um amplificador. As coisas se aproximavam dela pequenas, mas ao primeiro toque tudo seria maximizado estrondosamente. É por isso que as coisas eram difíceis. É por isso que ela vivia a seca no pólo norte. O que acontece é que no fundo ela sabia que existia como piorar. E piorou. Coisas aconteceram, o amplificador como de costume funcionou. De início ela sofreu muito, esperneou, encheu o quarto com lágrimas. Só que o tempo seja por bem ou mal passa. Ninguém mais sabe se ela ainda sofre. O que transcende é uma possível frieza. Sua declaração e provavelmente única esperança se despejaria na frase: não se pode matar o que já estava morto. Mariele de Carvalho